Os possíveis efeitos da Guerra da Ucrânia para o Brasil
A guerra da Ucrânia vem afetando diversos países e suas economias, inclusive a do Brasil. Isso acontece uma vez que tanto a Rússia, que começou o conflito, quanto a Ucrânia, são importantes fornecedores mundiais.
O que tem relação com o preço das commodities como petróleo, gás natural, trigo e milho e como a guerra estaria pressionando o valor desses produtos, já que os países envolvidos fornecem estes bens.
Assim, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), é esperado que a inflação cresça no mundo e a economia mundial diminua o ritmo. Para o Brasil, alguns efeitos são considerados em curto e longo prazo.
Neste post, separamos alguns dos possíveis impactos do conflito para o Brasil. Boa leitura!
Alimentos
A Rússia é um dos principais fornecedores de insumos agrícolas para o Brasil. O Departamento de Relações Exteriores da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Derex/Fiesp) apontou que o país ocupa a 6º posição no quadro de importações feitas pelo Brasil.
Tal ponto trouxe preocupação com o início do conflito uma vez que a Rússia representa 25% dos fertilizantes usados nas safras e o Brasil tem o agronegócio como um pilar da economia.
No entanto, de acordo com a Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o Brasil tem estoque de fertilizantes por mais três meses. O Ministério já começou a negociar com outros fornecedores como Irã e Canadá, para caso a guerra se estenda.
Além disso, a Rússia é a principal exportadora de trigo no mundo e a Ucrânia ocupa a 4º posição no ranking. Por ser uma commodity, as sanções impostas à Rússia e todo o conflito, fizeram com que os valores subissem pelo risco de escassez.
Mesmo o Brasil não dependendo unicamente do trigo da Rússia e da Ucrânia, as flutuações impactaram os preços dos produtos, assim como a questão dos insumos agrícolas mencionados antes.
Outras commodities como milho, principal alimento utilizado pela pecuária, também dispararam, o que consequentemente causou um aumento no preço das carnes.
Além disso, outra questão que afeta os preços dos alimentos tem relação com o preço dos combustíveis, já que o transporte no Brasil é feito, em sua maioria, por rodovias.
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Combustíveis
Com o conflito entre Rússia e Ucrânia, dois dos principais fornecedores de bens como petróleo e gás natural, o efeito nos combustíveis já era esperado pelo mercado.
De acordo com especialistas, o barril do petróleo deve continuar acima de 100 dólares por algum tempo, mesmo que a guerra acabe. No início de março, chegou a ser negociado em 111 reais, o que significou um aumento de 44% em relação ao mês de dezembro do ano anterior.
Além disso, o real, vem se valorizando em relação ao dólar, e isso, para a economia, se mostra como uma espécie de contenção para os combustíveis não subirem mais no Brasil até esse momento.
Câmbio
De acordo com levantamento da provedora de informações financeiras Economatica, o dólar teve uma desvalorização de 12,72% em relação ao real na referência Ptax para venda desde o início do trimestre.
Vale lembrar que o dólar Ptax é uma referência para instituições financeiras que atuam no mercado de câmbio e reúne a média de cotações apuradas pelo Banco Central.
Leia também: Como funciona a cotação do dólar?
A valorização do real tem relação com o fato de que o Banco Central subiu a taxa de juros para conter a inflação e isso chama atenção de investidores, o que traz dólares ao país.
Além disso, com o conflito, os investidores também passaram a buscar novos mercados emergentes, tal como o Brasil. Outro ponto é que pelo país ser um importante exportador de commodities, beneficia o real e abre perspectivas para a entrada em outros mercados globais.
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